Desejamos apenas considerar que a doença é a correção provocada por nossos próprios desequilíbrios, agora ou no passado, ateando, a fim de que não venhamos a cair em maiores padecimentos na esteira do tempo. Por isso mesmo, vale receber-lhe a presença com respeito, moderação e bom ânimo.
Se a dor te não impede a movimentação orgânica, persevera com o trabalho, sem desprezá-la, embora não possas atender a todos os deveres na feição integral, e não olvides que enquanto o corpo é suscetível de ação própria, é o melhor reconstituinte para as deficiências da vida física e o melhor sedativo para os aborrecimentos morais.
Se a enfermidade age nas células que permanecem a teu serviço, confia-te ao pensamento reto. Nunca te entregues à revolta, ao desalento ou à indisciplina. Esse trio de sombras te encarceraria em maiores conflitos mentais. A mente insubmissa ou desesperada não poderá governar o cosmo vital a que se ajusta, agravando os seus próprios problemas.
Ergue-te, em espírito, na intimidade do coração, trabalha sempre e não percas o sorriso de confiança. Cada dia é nova folha do livro infinito da vida e a proteção do Senhor não nos abandona.
Se tens o corpo atado ao leito, incapaz de mobilizar as próprias energias em benefício de ti mesmo, recorda que, por vezes, a lição da enfermidade deve ser mais longa, em favor de nossa grande libertação no futuro.
Toda perturbação guarda origens profundas na alma e, se o veículo físico passará sempre, à feição de veste corruptível, o espírito é o herdeiro da Vida Imortal.
Indispensável pensar nisso para que a serenidade nos dignifique nas horas de crise, porquanto representam grande apoio para nós mesmos a calma e a coragem que espalhamos naqueles que nos cercam.
O doente inconformado é um centro de sombrios pensamentos, ligados à discórdia, à rebelião e ao desânimo.
A enfermidade exerce a função de mestre precioso. Faz silêncio em ti e ouve-lhe os avisos ligeiros ou as advertências profundas.
E ainda que te encontres à frente da morte, lembra-te do Amigo Divino que demandou a ressurreição, através do leito erguido na cruz, usando o infinito amor e a extrema renúncia, no próprio sacrifício, para sanar as dores da Humanidade.
(Emmanuel / Chico Xavier)